terça-feira, 11 de maio de 2010

Definitivo


"Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções
irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado
do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter
tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que
gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas
as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um
amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os
momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas
angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma
pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez
companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um
verso:

Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida
está no amor que não damos, nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do
sofrimento, perdemos também a felicidade.

A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional..."

Carlos Drummond Andrade


[Muitas vezes me pego pensando na dor e no sofrimento que muitos passam, inclusive eu. Fico realmente imaginando como seria se fizéssemos tudo diferente, se não tivéssemos medo de errar, se simplesmente jogássemos tudo pro alto sem restrições.

Acredito que teríamos uma vida cheia de erros, mas muito mais feliz.

Faríamos as coisas com o coração, com a alma. Deixaríamos extravasar tudo de bom e de ruim do nosso peito e nada ia nos atingir de forma a nos derrubar. Saberíamos da verdade e em vez de enxergarmos os rostos das pessoas, veríamos o que ela é por dentro da alma.

Teríamos opiniões sobre tudo no mundo, sem medo do que as pessoas iriam pensar.

Seria realmente bom, mas nem tudo são flores, não é verdade?]

Creio que Drummond sabia expressar melhor o que eu quis dizer, o texto acima fala exatamente disso... Espero que gostem...


E como diz uma amiga e o nosso imortal RENATO RUSSO

Paz e força sempre!


By: Bella

3 comentários:

  1. Maninha!!!
    que texto lindo.
    e que comentário perfeito o seu.
    Gostei muito.
    mesmo.

    assim, vc não quer ser colaboradora do Metal Contra as nuvens?

    Considere isso um pedido oficial.

    Paz e Força Sempre!!

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  2. Minha Querida Maninha...

    sei o quanto isso é importante pra vc, sim eu aceito colaborar com meus pensamentos e opiniões no Metal Contra as Nuvens...

    agradeço o convite....

    Paz e Força Sempre!!

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  3. sem meias palavras: adorei.

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